Estes dias um amigo que morava em Santa Maria me telefonou contando novidades de sua nova morada e como funcionavam as coisas por lá e etc... Saudoso me perguntou:
"E por aí, como vão as coisas!?"
Lhe respondi:
"Muita coisa mudou aqui na acolhedora e simpática Boca do Monte: os bixos não saem mais às ruas reproduzindo coros ofensivos aos colegas de outros cursos (tipo um Gre-Nal), nem cabresteando ao comando de seus veteranos e, aqueles espaços públicos e pontos de cultura não estão mais abandonados, pois nossos representantes eleitos já tomaram atitudes para mudar este cenário, afinal, a Concha Acústica está impecável foi pintada e tem banheiros para abrigar as atrações que lá acontecem, o Bombril está radiante em meio às árvores do Parque Itaimbé, pois tanta gente trabalhou tanto para receber congressos de educação e atrações culturais que o lugar foi reerguido e está lindo e a casa de cultura na Praça Saldanha Marinho também já foi reformada e reaberta. Só está faltando o púlpito aquele que as autoridades usam para contar suas mais recentes façanhas, como já fizeram em outras casas que não reabriram pensando em reacender a economia do lugar e acolher os novos habitantes da nossa famosa Cidade Cultura, Cidade do X, Cidade dos jovens, de doutores, professores e políticos sensacionais que também já deram no pé em busca de dias melhores.
Foto: Ernesto Sacchet (Divulgação)/
Mas, quero dizer que, mesmo abrigando tanto prédio e discursos vazios, Santa Maria não está abandonada, pois notícias boas ainda sopram por aqui, afinal, milhares de cidadãos comuns permanecem e trabalham arduamente em busca de seus sonhos, sejam estudantes, empresários, trabalhadores formais ou informais, os que servem, e os que consomem, os dispostos, os confusos, os observadores, os falantes, os que sorriem e os que choram, os que foram eleitos e os que votaram e, os que apontam o dedo e os que dialogam. Para todos estes escrevo hoje!
Sei que o texto acima parece estar carregado de pessimismo, mas meu (nosso) silêncio não cabe mais. Pensemos nisso!
'O único clamor que compensa o luto, é a nossa luta que não silencia?'
Seguimos amando, orando, se respeitando e de olhos atentos."
E para nos "limpar" desse assunto segue a música daquele amigo que me perguntava sobre a nossa cidade e um pouco do que registrou no palco do Theatro Treze de Maio enquanto morava aqui.